segunda-feira, 3 de junho de 2019

Texto de Vera Márcia Minelli

DESABAFO

 Avaliação? O que significa etimologicamente? Não sei. Nem quero saber, pois o que me interessa o peso da mesma no meu dia a dia. É isto mesmo, como encaro este monstro que nos cerca todos os dias e as vezes nem nos apercebemos. Luz sombria que nos faz suar as mãos, acelera os batimentos cardíacos... MEDO.
É isto: MEDO.
Medo de fracassar.
Medo de decepcionar.
Medo de ser julgado incapaz.
Será que é exclusivo meu? ..... Às vezes é tão apavorante que tenho medo que notem em meus olhos minha incapacidade de lidar com os fatos.
Este é um sentimento que aparece ainda no útero, é, pois é, choramos quando nascemos, pois, sair do aconchego e segurança do útero de nossas mães é APAVORANTE. Mas aí ouvimos a voz dela, sentimos seu cheiro e o aconchego de teu colo. E ainda melhor, recebemos vários aconchegos: pai, tios, tias, irmãos, Avós e até de estranhos.... Ah, que doce a infância e a segurança que nos dá a família que nos cerca. 
Mas o tempo passa e temos que explorar o mundo.... PAVOR novamente.... Deus, não para nunca? Não. Só muda de lugar e proporção. Creche, Escola, Faculdade...... Emprego.... Emprego? Será que vou achar um bom? Será que meus colegas vão me ajudar na minha inexperiência? E meu chefe? Deus, se eu errar ele vai entender ou vai me demitir? Não vai parar nunca? É estranho falar de avaliação, somos avaliados todos os dias e a cada minuto e a cada segundo. 
Quando levantamos pela manhã e nos aprontamos: será que vamos ser bem vistos com esta roupa, com esta postura, com meu sorriso, com meu olhar? Será que quando eu chegar no meu trabalho vou ser bem recebida? Será que meu chefe vai estar de bom humor e eu vou poder mostrar realmente o melhor do meu trabalho e ser valorizada e conseguir dar o meu melhor? Dúvidas, duvidas, dúvidas...... Muitas perguntas surgem em nossa mente o tempo inteiro, e todas provenientes de uma avaliação. Somos avaliados por nós mesmos: Putz, hoje não consegui dar tudo o que podia, por que? Isto é importante. 
Nos avaliar ou avaliar o nosso contexto e a nossa vida. Isto nos faz seguir em frente, sermos algo mais, fazermos a diferença. O medo de avaliar e ser avaliado não é a melhor coisa na nossa vida. Medo, insegurança, ansiedade, tudo isto é normal. Só não podemos deixar que nos dominem. Somos capazes, afinal chegamos até aqui e temos uma missão, e se a recebemos.... vamos cumpri-la. Dizem que o mais corajoso de todos é o mais medroso de todos, mas com uma diferença: eles sabem usar o medo a seu favor. 
Viu? Não é só você. Pegue todos estes sentimentos e use-os a seu favor. Equilibre-os com o amor que o cerca e com toda a energia positiva que lhe é emanada o tempo todo e siga em frente. Ah! Lembrem-se que quem te goza pelo teu medo ou por tua insegurança é ainda mais medroso, só não tem a coragem de se expor. Se eu posso, você também pode.



V.M.M.                             30/05/2019

sexta-feira, 17 de maio de 2019

Um texto de Rubem Alves

O ALUNO COMPUTADOR 
Rubem Alves
Era uma vez um jovem casal muito feliz. Ela estava grávida e eles esperavam com grande ansiedade o filho que nasceria.
Transcorridos os nove meses de gravidez, ela deu à luz um lindo computador! Que felicidade ter um computador como filho! Era o filho que desejavam! Por isso eles haviam rezado muito, durante toda a gravidez.. O batizado foi uma festança. Deram-lhe o nome de Memorioso, porque julgavam que uma memória perfeita é o essencial para uma boa educação. Educação é memorização. Crianças com memória perfeita vão bem na escola e não têm problemas para passar no vestibular.
E foi isso mesmo que aconteceu. Memorioso memorizava tudo o que os professores ensinavam. E não reclamava. Seus companheiros reclamavam, diziam que aquelas coisas que lhes eram ensinadas não faziam sentido. Não aprendiam. Tiravam notas ruins. Ficavam de recuperação, o que não acontecia com Memorioso.
Ele memorizava com a mesma facilidade a maneira de extrair raiz quadrada, reações químicas, fórmulas de física, acidentes geográficos, datas de eventos históricos, regras de gramática, livros inteiros. A memória de Memorioso era perfeita.
Ele só tirava dez. E isso era motivo de grande orgulho para os seus pais. Os outros casais, pais e mães dos colegas de Memorioso, morriam de inveja. Quando seus filhos chegavam em casa trazendo boletins com notas vermelhas, eles gritavam: “Por que você não é como o Memorioso?”.
Memorioso foi o primeiro no vestibular. O cursinho que ele freqüentara publicou sua fotografia em outdoors. Apareceu na televisão como exemplo a ser seguido por todos os jovens. Na universidade, foi a mesma coisa. Só tirava dez. Chegou, finalmente, o dia tão esperado: a formatura.
Memorioso foi o grande herói, elogiado pelos professores. Ganhou medalhas e mesmo uma bolsa para doutoramento no Instituto de Tecnologia de Massachusetts. Depois da cerimônia acadêmica, estavam todos felizes no jantar. Até que uma linda moça se aproximou de Memorioso: “Eu gostaria de lhe fazer uma pergunta”, disse a jovem. “Pode fazer”, respondeu Memorioso, confiante.
Ele sabia todas as respostas. Aí ela fez a pergunta: “De tudo o que você tem memorizado, o que mais te comove?”.
Memorioso ficou em silêncio. Aquela pergunta nunca lhe havia sido feita. Os circuitos de sua memória funcionavam com a velocidade da luz procurando a resposta. Mas ela não estava registrada em sua memória. Onde poderia estar? Seu rosto ficou vermelho. Começou a suar. Sua temperatura subiu. E, de repente, seus olhos ficaram muito abertos, parados, e se ouviu um chiado estranho dentro de sua cabeça, enquanto a fumaça saía por suas orelhas.
Memorioso primeiro travou. Deixou de responder a estímulos. Depois apagou, entrou em coma. Levado às pressas para o hospital de computadores, verificaram que o seu disco rígido estava irreparavelmente danificado. Há perguntas para as quais a memória perfeita não consegue responder. É preciso coração. 





quarta-feira, 15 de maio de 2019

Almoço Musical - dia 09/05

Ocorreu em nossa instituição, no dia 09/05/2019, o Almoço Musical promovido pelo Geovane, proprietário da Cantina do CEFET, que, na ocasião, oportunizou à comunidade Cefetiana de se deliciar com um saboroso churrasco. O evento também contou com a participação de alguns estudantes  nas apresentações musicais, além da presença do Grupo Folclórico Assum Preto, onde performaram a dança do Caranguejo, coreografia advinda da cultura gaúcha.

Confira abaixo um pouquinho de como foi o nosso Almoço Musical.



      Fotos e vídeo de Vera Márcia Minelli